27 de abril de 2008




SONETO DO DESPERTAR - Ana Barreto

Acortumei-me à minha lágrima
E à sua autonomia de querer se derramar
Como um sopro adentrando o coração ferido
A lágrima rebelde insiste em me delatar

E banhando-me o rosto tristonho
Essa lágrima que eu tentei conter
Denuncia o meu mundo de sonhos
As quimeras que eu tentava esconder

De tal maneira que não posso deter
Nessa vertente a lágrima escorre
Constatando a fantasia que hoje morre

A realidade se fez de desamor
Do triste pranto que reflete a agonia
Da lágrima que agora encontra companhia...