1 de agosto de 2009

ESTRELA DALVA

Mãe

Quantas coisas na vida busquei

Mas nela jamais encontrei

As respostas que me davas

Agora, volto ao passado

Ao meu tempo de menina

Em que por doce e linda sina

Lá também eu te encontrava

Lembro-me mãe

Da tua presença sempre forte

A indicar-me o sul ou norte

A estender-me a tua mão

E se meu corpo padecia

Em doença ou agonia

Era a tua companhia

Que a mim apaziguava

E hoje minha mãe querida

Por mãe também que sou

Enxergo então o ardor

Com que sempre me cuidavas

E me vem então o desejo

De pedir-te por perdão

Pelas vezes que não te ouvi

E segui meu coração

Colhendo frutos amargos

Das tuas palavras repetidas

Que tantas vezes nessa vida

Foram-me luz na escuridão!


PAI

Quisera eu eternizar meu tempo de criança

Para, pelo sempre, desse teu colo desfrutar

Porém, o tempo passou depressa, sem parar

Eu tive que crescer, mas guardo a lembrança


Como se fosse agora, renovando a aliança

Teus sábios conselhos em mim vêm ecoar

Tantas palavras tuas que ressoam pelo ar

São doces sussurros que renovam a esperança


De ter, meu pai, de volta, o tempo perdido

De reencontrar a paz do teu colo abrigo

Porém a vida me arrasta e sou machucada


Pelas farpas de um caminho tão sofrido

Que só anseio refazer o ninho prometido

E reaver a tua luz na minha estrada...